Botando a cabeça para funcionar nº 04

Momento de colocar a cabeça para pensar

Vamos ver o que esta imagem me inspira

Para ler as inspirações dos outros participantes

acesse o blog Chica brinca de poesia

Tem dias na vida que tudo parece opaco. Acordamos pelo avesso e não conseguimos enxergar as belezas da vida. Tainá está num dia assim. Tudo começara errado. Até o café da manhã fora um desastre. E ao sair de casa para ir para o estúdio de fotografia onde trabalha prendeu o salto do sapato numa fenda do asfalto. No auge da irritação...disse uma palavrinha não muito educada. O sapato? Quebrou o salto e ela o deixou ali. Voltou afobada para casa, calçou outro par e lançou-se no meio do burburinho que havia na ruas. Pessoas e carros pareciam atropelar-se. Não havia espaço suficiente para caminhar sem esbarrar nas pessoas. Aos trancos e solavancos chega ao destino. Estava afogueada, nervosa e... atrasada. O chefe olhou-a mas não disse nada. Tainá agradeceu mentalmente pois no estado em que se encontrava tinha certeza de que se ouvisse uma reprimenda iria cair num pranto incontrolável. Ligou o computador e sem pensar abriu uma programa que usava para trabalhar as fotos. Colocou na tela uma foto e com a cabeça nas nuvens foi mexendo nos comandos mas sua concentração não estava ali. Minutos depois seus olhos foram atraídos para a tela e ela se espantou com a imagem focalizada por sua retina. Boquiaberta contemplou a belíssima imagem digital em diversas nuances de cinza com alguns resquícios coloridos. Aquela imagem refletia com nitidez o desastre emocional do início do seu dia. Olhou, analisou e num relance percebeu que as nuances coloridas eram o indicador que o dia com certeza iria terminar bem. Salvou a imagem. Recomeçou o seu trabalho. E desta vez nada de divagações. Final do dia. Lá fora um belo por do sol. Do outro lado da rua o seu amado acenava e sorria. Era o indício de que a noite prometia. Lembrou-se da imagem. Sorriu! Nem tudo que começa cinza termina de forma sombria. As cores daquela aquarela digital comprovavam a teoria de que em meio à tempestade podemos encontrar a luminosidade e com a ela felicidade.