quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Floração de poemas

Eu vi um terreno sequinho, todo rachado
muito triste fiquei a pensar
aqui ninguém quer morar

Um livro envelhecido
esquecido no velho porão
páginas toscas e ressequidas
memórias de um tempo bom

Veio um vento ligeiro
e soprou carinhos para adubar
chegou uma linda menina
trazendo sonhos e palavras 
para naquele canteiro semear

Com rimas e poesia 
a menina continuou a regar
e depois de muitas noites de luar
ela viu aquelas sementes germinar

E daquelas páginas amarelecidas
um caule de letras ela viu se formar
em cada galho várias rimas
e como mágica o poema floresceu

Daquele terreno ressequido
composto de folhas encardidas
um jardim de letrinhas se formou
semeia daqui, rega ali, poda acolá
maravilhada ele viu 
 uma plantação de poemas florescer




terça-feira, 25 de agosto de 2015

Botando a cabeça para funcionar nº 18


Com esta linda imagem Chica  nos convida a brincar
Lá no Chica brinca de poesia vocês poderão
ver mais leituras espetaculares feitas
por blogueiros(as) incríveis
Não deixe de passar por lá

Uma escada abandonada?
 Simplesmente não!
Um elo de ligação entre dois pontos distintos
Um elemento que nos leva para o alto
Como a energia positiva
que sempre nos estimula
a galgar o topo em busca
do que é melhor
E o melhor é subir os degraus da fé
em busca do amor maior...Deus!



domingo, 16 de agosto de 2015

Floresta encantada

Botando a cabeça para "funcionar" nº 17
A Chica nos oferece em seu blog Chica brinca de poesia
uma bela imagem para que possamos nos inspirar
E nesta imagem belíssima assim eu me inspirei...
          Uma floresta dominada por um imenso tapete verde estendia-se por quilômetros naquele pedaço de chão que ainda não havia sido descoberto pelo bicho "ser humano". Neste rincão da natureza os ecossistemas estavam harmonizados porque os únicos habitantes deste belo espaço eram os elementos da natureza e os seres mágicos que faziam a proteção deste lugar encantado. Duendes e fadas passeavam pelas gramíneas, trepavam nas árvores, tomavam banho no riacho de águas cristalinas que corria mansamente por detrás do grande paredão de pedras assimétricas construído pelas intempéries da natureza. 
          Numa manhã de muito sol comadre Florzinha que morava numa pequenina flor vermelha abriu preguiçosamente os olhinhos e com um pulinho saiu de sua caminha aveludada. Percorreu o espaço com o olhar. Deu um minúsculo assobio chamando sua companheira joaninha. Subiu no dorso da joaninha e saíram para um passeio. Numa das curvas do caminho emoldurado por lindas flores brancas as cotovias cantavam alvoroçadas. Comadre Florzinha pediu à joaninha que voasse mais ligeiro. Ela precisava descobrir o motivo daquele alvoroço. Voa daqui, olha dali e nada! Mas eis que debaixo do pé de manacá ela avista uma menininha. Chega mais perto. A joaninha pousa sobre uma flor e a Comadre Florzinha desce do seu dorso e caminha até aquela figurinha que chora desconsolada. Comadre Florzinha pergunta:
          _ Quem é você? Nenhuma resposta. Pergunta outra vez e nada. Só o soluço da menina era ouvido na floresta. Comadre Florzinha já estava nervosa com aquele choro. Precisava saber quem era aquela criatura de cachinhos dourados que vertia lágrimas incessantes. Pediu ajuda à borboleta. E num instante a borboleta voou com ligeireza e pousou na mãozinha da menina. Vendo aquela formosura a menina parou de chorar. Comadre Florzinha se aproximou mais uma vez e perguntou:
           _ Quem é você? O que veio fazer aqui na minha floresta?
          A menina apertou os olhinhos ainda molhados de lágrimas e viu aquela fadinha minúscula
         _ Eu estava colhendo flores para presentear a minha mãe e acabei me perdendo. Andei por muito tempo e acabei chegando aqui e agora não sei o caminho da minha casa. E desandou a chorar novamente. Comadre Florzinha acariciou de leve o seu rostinho e disse:
          _ Eu vou ajudar você. Mas como é o seu Nome? Eu me chamo Comadre Florzinha e sou a guardiã desta floresta. Aqui não tem tristezas e nem choro. Vivemos em perfeita harmonia e somos muito felizes. A menina se sentiu reconfortada com as palavras da Comadre Florzinha. 
          _ Meu nome é Lili. Minha casa fica perto do rio mas não consigo encontrá-la. Tudo o que vejo é um enorme paredão de pedras e ele parecia me engolir cada vez que eu tentava passar por ele. 
          _ Lili, aquele paredão de pedras é na verdade um portal mágico e você só conseguiu ultrapassá-lo porque no seu coração não existe maldade. Olhe vou pedir para a dona joaninha te acompanhar. Depois que atravessar o portal siga a margem do rio que você vai encontrar a sua casa. Mas antes colha todas as flores que quiser. Lili, você não poderá falar com ninguém sobre esta floresta. Tudo aqui é mágico e se revelares o segredo a floresta será destruída e não teremos mais nenhuma magia.
Lili prometeu e foi embora guiada pela dona joaninha. Quando estava na saída do portal ouviu a Comadre Florzinha dizer... Enquanto houver pureza em seu coração você poderá vir aqui quantas vezes quiser. E assim uma grande amizade se consolidou.


  
         

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A fadinha do saber

Lucrecia é uma menininha muito meiga e doce. Passa os dias brincando na areia dourada da praia na vila de pescadores onde mora. Levanta-se muito cedo para ajudar a mãe nos afazeres domésticos. No fim do dia  quando o sol lança sua cabeleira dourada nas águas cristalinas do mar ela fixa os olhinhos amendoados na linha do horizonte na esperança de ver surgir naquela imensidão azul o barco pesqueiro que trará o seu pai.
Quando o barco chega no ancoradouro ela desata a correr para ajudar na contagem do pescado. Ao chegar no barco seus olhinhos piscaram diante da surpresa. Parou estupefeta diante daquela visão. Uma belíssima mulher lhe sorriu com ternura. Com carinha de brava ela olhou para o pai. Ele disse:
        _ Lucrecia, esta é Anita. Encontrei-a desmaiada na praia dos golfinhos. O barco em que ela viajava naufragou e ela conseguiu nadar até a praia.
        _ Não muito convencida, Lucrecia sorriu mostrando os dentes muito alvos.
     Terminada as tarefas foram para casa. A mamãe recebeu Anita com muita alegria. Os dias foram passando e Lucrecia cada vez mais se encantava por aquela mulher. Ela tinha nas mãos o objeto que Lucrecia mais desejava. Livros com grossas capas e imagens muito coloridas. Percebendo o interesse da menina, Anita ofereceu-lhe um dos livros. Ela sorriu agradecida e ficou admirando as figuras tocando-as com tanta delicadeza como se fossem se quebrar com o leve sopro da brisa. Fechou o livro sorrindo de felicidade. Mais alguns dias e Anita foi-se embora levando na bagagem aquele tesouro. Numa manhã ensolarada Lucrecia estava na praia catando conchinha quando ouviu aquela voz doce e melodiosa.
        _ Oi! Eu vim buscar você! Vou realizar o teu sonho.
        _ E como sabe qual é o meu sonho? - perguntou Lucrecia
       _ Tua mãe me contou. Agora vamos arrumar suas coisas. Vamos viajar depois do almoço.
        Batendo palmas de felicidade Lucrécia correu para casa e interpelou a mãe sobre a viagem. Depois das explicações ela arrumou suas coisinhas numa velha mochila. Beijou os pais, deu adeus para sua vila amada e voou rumo ao desconhecido. Na cidade grande Lucrecia foi matriculada num ótimo colégio. E ali começou a realização do seu sonho. Muitos anos se passaram. E hoje Lucrecia está de volta à vila de pescadores. Lucrecia que sempre foi apaixonada por livros tornou-se uma grande escritora. Fundou uma escola na vila e trabalha como contadora de histórias... das suas histórias! É conhecida nas redondezas como a fadinha do saber. Por onde passa Lucrécia retribui o presente que ganhou há muitos anos atrás. Ela não doa livros... ela dissemina sonhos através das belíssimas histórias que cria e conta. 


domingo, 2 de agosto de 2015

A aventura da joaninha Nina

          Lá na curva do caminho tem um bonito lago azul emoldurado por lindas plantas e flores de formatos diversos e belas cores que dão à paisagem um colorido matizado. E ali mora o sapo Lelé. Um sapo mal humorado. Tudo para Lelé está ruim. Se chove ele reclama e se faz sol procura abrigo debaixo de uma sombrinha colorida para evitar insolação. E num dia de sol forte aparece a joaninha Nina. Muito linda e faceira Nina gosta de conversar. Ao ver o sapo debaixo da sombrinha não resistiu e começou a rir. Um riso baixinho, outro, mais outro até que explodiu numa sonora gargalhada. Ao ouvir aquele riso o sapo Lelé fechou a cara e fez pose de dono do pedaço. A joaninha não se conteve e voando de flor em flor pousou ao lado do sapo que colocou a imensa língua para fora tentando pegá-la. Nina rodopiou no ar como se dançasse um suave balé e voando em círculos pousou numa folhinha do outro lado do lago e perguntou:
_ Amigo Lelé, posso saber porque você está com esta cara brava? O que lhe aconteceu?
_ Ora Nina! E então não sabes? Há dias que não como e este sol abrasador tem castigado a minha pele delicada.
_ Pele delicada? Não sei de onde você tirou essa ideia? Porque você não vem pra água? Assim podemos conversar mais à vontade. E num voo rasante a joaninha Nina aspirou o doce perfume de uma margaridinha.
          O sapo contrariado com a sugestão aceitou o desafio. Fechou a sombrinha e colocou-a atrás de um pequeno arbusto. E com um salto ele chegou junto de Nina pensando numa maneira de distraí-la e assim desfrutar  de um pequeno almoço. 
Nina contornou o lago pousando numa e noutra florzinha para finalmente pousar perto do arbusto. Lelé ficou tonto só de observar aqueles rodopios e disse:
_ Nina, porque você não se aquieta? Deite-se numa destas florzinhas para descansar. Suas asinhas precisam de repouso minha amiga. 
          Nina sorriu e olhou de lado. Foi nesse instante que viu a sombrinha colorida. Uma ideia malvada surgiu na sua cabecinha e sem pensar nas consequências abriu a sombrinha e saiu voando levando-a para longe. O sapo gritava desesperado... _ Nina, Volte! Devolva a minha sombrinha. Preciso dela.
E lá do alto Nina respondeu:
_ Não vou devolver! É para você aprender que não se deve iludir uma amiga para tentar o golpe fatal.
Você, sapo Lelé, vai ficar a pé. Adeus sombrinha e o seu pequeno almoço não será esta esperta joaninha. Adeus, amiguinho!
E lá se foi Nina à procura de outro jardim onde pudesse sonhar com o perfume das flores sem a preocupação de se esconder para não virar guisado de sapo levado.

sábado, 1 de agosto de 2015

O elefantinho apaixonado

Onde vais elefantinho?
Todo faceiro e contente
na trombinha lindas flores
e na face um sorriso atraente

Com passinhos elegantes
caminha rumo ao luar
vai até o firmamento
a estrela namorar

Passarinho enciumado
não vai te deixar só
fala um verso apaixonado
e chora de fazer dó